A Menina que Prefere o Conforto a se Mover.

Recentemente, passamos por uma situação que, infelizmente, se tornou comum no mundo dos negócios. Uma pessoa veio até nós desesperada, pedindo ajuda porque a agência de marketing com a qual trabalha há 8 meses não gerava nenhum resultado. Como de costume, explicamos todo o nosso processo, com transparência e atenção aos detalhes. Agendamos uma reunião e analisamos sua conta de anúncios. E foi aí que o problema real começou a aparecer.

Ela nos disse que estava gastando cerca de R$ 2.000 por mês, o que, ao longo de 8 meses, deveria totalizar no mínimo R$ 16.000 em investimentos em campanhas. Mas ao acessar a conta, o que encontramos? Apenas R$ 4.000 de gastos, pouquíssimas campanhas ativas e, o pior de tudo, resultados que não condiziam nem de longe com o que ela estava investindo. A conta de anúncios estava uma bagunça, e a sensação era clara: algo estava muito errado.

Mas aí veio o golpe final: o contrato. Um contrato absurdamente abusivo, cheio de cláusulas que amarravam essa pessoa à agência de maneira quase doentia. E o pior? Ela sequer sabia o que estava escrito ali. Sim, ela assinou sem ler, e só percebeu a extensão do problema na nossa frente. Ao perceber o quão presa estava, ela começou a chorar, dizendo que estava sem dinheiro, justamente porque não estava obtendo os resultados que esperava.

Nós fizemos o que fazemos de melhor: explicamos como funciona o nosso trabalho, mostramos a diferença entre uma gestão bem-feita e o desastre que estávamos presenciando. Ela ficou encantada, é claro. Orientamos que marcasse uma reunião com a agência contratada e tivesse uma conversa séria sobre os resultados. Até demos tarefas para que ela resolvesse durante o fim de semana, porque claramente essa agência estava dando golpes. Eles tinham senhas dela, fotos do cartão de crédito – algo completamente desnecessário e errado. Para ter acesso ao gerenciador de anúncios, você não precisa da senha da pessoa, e muito menos do cartão de crédito.

Na semana seguinte, ela nos disse que fez a reunião, mas, surpreendentemente, não rescindiu o contrato. A desculpa? "A agência disse que gosta de mim, acredita no meu projeto e, por isso, não cobra nada além do valor dos anúncios." Sério? Como alguém acredita nisso? Nem mesmo teve a coragem de verificar se os valores gastos em anúncios correspondiam ao que ela estava sendo cobrada.

A verdade é que eu e Juliana saímos dessa história nos sentindo usadas. Vimos, mais uma vez, o que muitas pessoas insistem em fazer: preferem ser enganadas, preferem continuar na zona de conforto, onde não precisam pensar ou agir. Mesmo sabendo que algo está errado, preferem não se mexer. E o pior? Essas pessoas sabem que estão sendo enroladas, sabem que estão perdendo dinheiro, mas escolher encarar o problema e sair da bolha de conforto parece ser mais doloroso para elas do que continuar a ser lesadas.

É como se essas pessoas preferissem se apegar à ilusão do que à realidade. A zona de conforto é quente, macia e, aparentemente, menos dolorosa. Só que essa passividade custa caro. Custa dinheiro, tempo, energia e a chance de crescer. E, no fundo, eu sei que ela vai continuar perdendo mais dinheiro, mais tempo, enquanto continua acreditando nas mentiras que a amarram. Ela escolheu o caminho mais fácil, o da inércia, e vai pagar o preço por isso.

A verdade é que muitos não querem o trabalho de mudar, de questionar, de tomar decisões difíceis. É mais fácil colocar a culpa em terceiros, no contrato, na agência, no destino. Mas a responsabilidade é dela. E assim, essas pessoas seguem o ciclo da autossabotagem, preferindo permanecer estagnadas a se levantar, tomar uma atitude e fazer as mudanças necessárias.

Nós podemos orientar, mostrar o caminho, explicar cada detalhe. Mas no fim, quem tem que se mexer é ela. E essa é a grande diferença entre quem avança e quem fica para trás. Algumas pessoas simplesmente não querem sair do lugar, mesmo que isso signifique perder dinheiro, oportunidades e, principalmente, dignidade.

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