E o que o outro vai pensar?
Eu já me vi presa em projetos que não faziam mais sentido, insistindo em algo que me drenava, apenas porque temia o que as pessoas pensariam se eu desistisse. E, sabe, não é só sobre o medo do fracasso, mas sobre o peso das expectativas. Vivemos em um mundo onde tudo é exposto – redes sociais, comentários, olhares. Parece que, ao compartilhar nossos sonhos, automaticamente nos colocamos sob o julgamento de uma plateia que nunca pediu licença para opinar.
Quantas vezes você quis começar algo, mas hesitou porque pensou: “E se não der certo? O que vão pensar de mim?” Eu já senti isso. Já tive sonhos engavetados, ideias que nunca saíram do papel, tudo porque tinha medo de falhar publicamente. É estranho, mas o que mais me paralisava não era o fracasso em si, mas a ideia de ouvir um “eu avisei” ou sentir aquele olhar de quem está esperando para apontar o dedo.
Por outro lado, também já vivi o oposto: insistir em algo que já não fazia sentido. Ficar em um projeto que não me trazia alegria, que sugava minha energia, mas que eu não conseguia abandonar por medo de parecer derrotada. Você já passou por isso? Aquela sensação de carregar um peso enorme nas costas só para manter as aparências. Como se desistir fosse uma confissão de que você não é suficiente, de que não tentou o bastante. É sufocante.
Mas sabe o que é mais sufocante ainda? Viver uma mentira. Continuar com algo que já não te faz feliz, só para agradar uma plateia que, na verdade, não vive sua vida. Eu percebi que estava me traindo. Que o preço de me manter em um ciclo que não fazia sentido era muito maior do que lidar com as críticas ou com a opinião alheia. Percebi que estava sacrificando minha felicidade para evitar desconfortos momentâneos. E isso não é viver, é sobreviver.
As redes sociais pioram tudo. Parece que cada passo que damos precisa ser justificado. Cada erro vira um espetáculo, cada mudança de rota precisa ser explicada. Mas, no fim do dia, eu me pergunto: quem paga minhas contas? Quem vive a minha rotina? Quem sente as consequências das minhas escolhas? Só eu. Então, por que deixei tanto tempo a opinião dos outros decidir por mim?
Se tem algo que aprendi, é que o mundo sempre terá algo a dizer. Sempre haverá quem aponte, quem critique, quem sugira que você está no caminho errado. Mas ninguém – absolutamente ninguém – sente o que você sente. Só você sabe o peso de carregar algo que já não te pertence. Só você sabe o frio na barriga de começar algo novo, de se arriscar. E só você pode decidir se vai continuar se escondendo atrás das expectativas dos outros ou se vai, finalmente, honrar seus próprios sentimentos.
Se você está nessa situação – hesitando em começar algo por medo de falhar, ou se agarrando a algo que já não te faz feliz – quero que saiba que está tudo bem mudar a rota. Está tudo bem desistir de um projeto, se isso significa reencontrar a si mesmo. Está tudo bem abandonar o que não faz sentido para abrir espaço para o que realmente importa.
Eu decidi que não vou mais viver para agradar a plateia. Porque, no final, a única pessoa que realmente precisa estar em paz com minhas escolhas sou eu. E sabe o que é libertador? Saber que está tudo bem recomeçar. Está tudo bem mudar. Porque a vida não é sobre seguir um roteiro perfeito, mas sobre ter a coragem de escrever a sua própria história, mesmo que ela tenha capítulos inesperados.
E você? Está vivendo sua verdade ou apenas tentando agradar os outros? Talvez seja hora de se perguntar: para quem você está vivendo?