E quando tudo estiver indo bem?
Às vezes, passamos tanto tempo batalhando, tentando alcançar aquele momento em que tudo começa a dar certo, que não pensamos no que vem depois. E aí, de repente, as coisas começam a fluir. O dinheiro entra, as portas se abrem, o reconhecimento aparece. É como se o mundo finalmente tivesse entendido o nosso valor. Mas é nesse momento, quando tudo parece estar perfeito, que surge um dos maiores desafios: manter os pés no chão e não se deixar corromper pelo sucesso.
Eu já vi pessoas perderem o rumo quando chegaram ao topo. Gente que começou com um propósito incrível, que tinha valores sólidos e uma visão clara do que queria construir, mas que, ao experimentar o sucesso, foi se deixando levar pela ganância, pela fama e pela ilusão de que nada poderia dar errado. E não vou mentir: quando tudo está indo bem, é fácil achar que você está acima de tudo. Que pode fazer o que quiser, que merece aproveitar e que, de alguma forma, o universo te deve esse momento.
Mas o sucesso pode ser traiçoeiro. Ele pode nos desconectar do que realmente importa e do porquê começamos tudo isso. Quando o dinheiro começa a entrar, é tentador focar apenas nos números e esquecer das pessoas, das relações e do impacto que você está gerando. É nesse momento que muitos trocam a essência pela aparência. Que deixam de lado o que é certo para buscar o que é mais rentável. E o mais perigoso: começam a acreditar que o valor de quem são está no que possuem ou no que conquistaram.
Então, como manter o equilíbrio quando tudo está indo bem? Primeiro, acho que é essencial lembrar de onde você veio. Não como um peso ou algo que te prenda ao passado, mas como um lembrete de quem você é e do que te trouxe até aqui. O que te motivou no início? Quais eram seus valores antes do sucesso? Essas são as âncoras que te mantêm conectado à realidade.
Outro ponto é não deixar que o dinheiro ou o reconhecimento definam quem você é. Eles são consequências, não o objetivo final. Se você começa a medir seu valor apenas pelo saldo bancário ou pelo número de seguidores, é fácil se perder. E, quando você se perde, é aí que as decisões erradas começam a aparecer. Aquelas que colocam os lucros acima da ética, que transformam relações em transações e que, no fim, te afastam do que realmente importa.
E sabe o que mais ajuda? Manter pessoas ao seu redor que não tenham medo de te dizer a verdade. Amigos, parceiros ou até mentores que te lembrem quando você estiver saindo do caminho. Porque, quando estamos no auge, é fácil atrair bajuladores – gente que só quer estar ao seu lado pelo que você tem ou pelo que pode oferecer. Essas pessoas nunca vão te desafiar ou te trazer de volta à realidade.
Também é importante lembrar que o sucesso, assim como tudo na vida, é passageiro. E isso não é algo ruim, é só um fato. O que você faz com ele enquanto está no seu auge é o que vai determinar o impacto que você deixa no mundo. Usar o sucesso como uma ferramenta para ajudar, para construir algo maior, é o que diferencia aqueles que apenas tiveram dinheiro daqueles que realmente fizeram a diferença.
Por fim, acho que tudo se resume a equilíbrio. Aproveitar o que você conquistou, sim, mas sem perder de vista o que te trouxe até aqui. Continuar fazendo o que é certo, mesmo quando o errado parece mais fácil ou mais lucrativo. Porque, no fim, o sucesso verdadeiro não é medido pelo que você tem, mas pelo impacto que você deixa. E isso só acontece quando você mantém os pés no chão e a cabeça no lugar.
Se você chegou até aqui, parabéns. Aproveite. Mas nunca esqueça que o que te trouxe até esse ponto foi o trabalho, os valores e a essência que te fizeram começar. Não deixe que nada disso se perca, porque é isso que realmente importa.